Embraer e Airbus disputam venda de 30 aeronaves para a Latam com foco na expansão de voos regionais

De acordo com Exame, a Latam Airlines está em negociações avançadas para a aquisição de até 30 novas aeronaves, com o objetivo de reforçar sua malha aérea regional no Brasil. A decisão final deve ocorrer nos próximos meses, e duas gigantes da aviação estão na disputa: a brasileira Embraer e a europeia Airbus. O negócio, que pode superar a casa dos bilhões de dólares, representa um movimento estratégico significativo tanto para a Latam quanto para os fabricantes de aeronaves.

A Latam, uma das maiores companhias aéreas da América Latina, tem focado nos últimos anos em fortalecer suas operações regionais no Brasil. O mercado de aviação regional no país tem mostrado um crescimento expressivo, impulsionado pela demanda crescente por conectividade em cidades menores e regiões menos atendidas pelas grandes rotas aéreas. Com a aquisição dessas novas aeronaves, a Latam pretende ampliar sua presença em aeroportos regionais, oferecendo mais opções de voos diretos e melhorando a acessibilidade aérea no Brasil.

Conexão Política também informa que, segundo informações divulgadas, a companhia está considerando modelos de aeronaves que sejam ideais para operações em pistas curtas e que tenham eficiência em rotas de curta e média distância, características fundamentais para o sucesso do projeto de expansão regional. É nesse contexto que a Embraer e a Airbus entram em cena, oferecendo modelos que atendem a essas especificações.

Panrotas diz que a Embraer, com sede no Brasil, é conhecida mundialmente por seus jatos regionais, especialmente a família E-Jets, que já opera com sucesso em diversas companhias aéreas ao redor do mundo. A nova geração de E-Jets, o E2, oferece melhorias significativas em termos de eficiência de combustível, alcance e conforto para os passageiros, tornando-se uma opção atraente para a Latam, que busca otimizar custos operacionais enquanto expande sua malha aérea.

Por outro lado, a Airbus, com seu modelo A220, também se destaca na disputa. O A220, projetado originalmente pela canadense Bombardier e posteriormente adquirido pela Airbus, é amplamente elogiado por sua eficiência operacional, baixo consumo de combustível e capacidade de operar em aeroportos regionais com pistas mais curtas. A Airbus tem apostado no A220 como uma solução versátil para companhias aéreas que desejam expandir suas operações regionais e de curta distância, oferecendo uma combinação de economia e desempenho.

A escolha da Latam entre a Embraer e a Airbus envolve mais do que apenas a comparação técnica entre os modelos de aeronaves. Fatores como condições de financiamento, suporte técnico, manutenção, e até mesmo questões geopolíticas podem influenciar a decisão final. O ministro dos Transportes, Renan Filho, comentou recentemente que a compra de aeronaves da Embraer seria um movimento estratégico importante para fortalecer a indústria aeronáutica nacional, o que pode ser um ponto a favor da fabricante brasileira.

No entanto, a Airbus, com sua experiência global e ampla base de clientes, também oferece vantagens significativas, como a possibilidade de integração mais fácil com outras aeronaves da frota da Latam e condições comerciais competitivas.

A eventual compra de 30 aeronaves pela Latam terá um impacto significativo no mercado de aviação regional no Brasil. Além de impulsionar a conectividade entre cidades menores, a expansão da frota permitirá à Latam aumentar sua participação no mercado doméstico, competindo de forma mais agressiva com outras companhias aéreas que também têm investido em voos regionais.

Para a Embraer, uma vitória na disputa significaria um fortalecimento de sua posição no mercado doméstico, além de um aumento nas vendas e na produção, com impactos positivos na economia brasileira. Já para a Airbus, fechar esse contrato consolidaria ainda mais sua presença na América Latina, um mercado em crescimento e de grande importância estratégica.

A expectativa é que a Latam tome sua decisão final até o final de 2024, após avaliar todas as propostas e considerar os benefícios de cada opção. A aquisição dessas aeronaves não só marcará um novo capítulo na expansão regional da companhia aérea, mas também destacará a importância da aviação regional no desenvolvimento econômico e na integração do Brasil.

Enquanto isso, tanto a Embraer quanto a Airbus continuam a disputar intensamente esse contrato, conscientes de que uma vitória poderia definir o futuro da aviação regional no Brasil pelos próximos anos.