De acordo com Exame, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou otimismo em relação à trajetória econômica do Brasil, afirmando que o país pode recuperar o grau de investimento até 2026. Em declarações recentes, Haddad destacou que as reformas fiscais e o rigor na condução da política econômica devem criar as condições necessárias para que as principais agências de classificação de risco voltem a conceder ao Brasil o tão almejado selo de bom pagador.
Desde que o Brasil perdeu o grau de investimento em 2015, devido a uma combinação de crise econômica, instabilidade política e aumento da dívida pública, o país tem trabalhado para reverter essa situação. O grau de investimento é uma classificação atribuída por agências de rating, como Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch, que indica a capacidade do país de honrar suas dívidas. Alcançar novamente esse status é fundamental para atrair investimentos estrangeiros, reduzir os custos de financiamento e impulsionar o crescimento econômico.
Valor Econômico informa que Haddad mencionou que o governo está empenhado em manter a disciplina fiscal, controlar a inflação e promover reformas estruturais que fortaleçam as contas públicas e aumentem a confiança dos investidores. Entre as principais iniciativas, estão a reforma tributária, que busca simplificar o sistema de impostos e torná-lo mais eficiente, e a reforma administrativa, destinada a modernizar o serviço público e reduzir os gastos com a máquina estatal.
Além disso, o ministro enfatizou a importância do novo arcabouço fiscal, implementado no início de 2024, que estabelece metas claras para o equilíbrio das contas públicas e impõe limites para o crescimento das despesas. Segundo Haddad, essa medida é crucial para garantir a sustentabilidade fiscal e criar um ambiente econômico favorável à retomada do crescimento.
O Globo também informa que Haddad destacou que o governo está revisando as projeções de crescimento para os próximos anos, com expectativas mais positivas em função das reformas em andamento e da melhoria do ambiente macroeconômico. Para 2024, a previsão oficial de crescimento do PIB foi revista para 2,5%, com uma perspectiva de aceleração nos anos seguintes, à medida que os efeitos das reformas começarem a se materializar.
No entanto, o ministro reconheceu que o caminho para a recuperação total do grau de investimento não será fácil. A economia global enfrenta incertezas, como a desaceleração do crescimento na China e a volatilidade nos mercados financeiros internacionais, que podem impactar o Brasil. Além disso, desafios internos, como a necessidade de reduzir o déficit público e a elevada dívida pública, continuam a exigir uma gestão rigorosa das finanças do país.
Outro ponto mencionado por Haddad foi a expectativa de que o Senado devolva o imposto seletivo sobre armas, que havia sido proposto pelo governo como uma medida para aumentar a arrecadação e desincentivar o consumo de produtos considerados nocivos à sociedade. O ministro acredita que essa medida é coerente com a política fiscal do governo e com os esforços para melhorar a qualidade dos gastos públicos.
Além disso, Haddad defendeu a continuidade de políticas que promovam a inclusão social e o crescimento sustentável, ressaltando que o governo está comprometido em conciliar responsabilidade fiscal com justiça social. Ele destacou a importância de programas sociais que visam reduzir a desigualdade e fortalecer a economia interna, criando uma base sólida para o desenvolvimento econômico a longo prazo.
As declarações de Haddad foram bem recebidas por analistas do mercado financeiro, que veem com bons olhos o compromisso do governo com a disciplina fiscal e as reformas estruturais. No entanto, a recuperação do grau de investimento dependerá não apenas das políticas implementadas, mas também da capacidade do Brasil de enfrentar os desafios internos e externos nos próximos anos.
Se o Brasil conseguir alcançar o grau de investimento em 2026, isso representará um marco importante na recuperação econômica do país e abrirá novas oportunidades para o crescimento e o desenvolvimento. No entanto, é crucial que o governo mantenha o foco na implementação das reformas e na condução responsável da política econômica, garantindo que o país continue avançando em direção a um futuro mais próspero e estável.
A expectativa de Fernando Haddad de que o Brasil possa recuperar o grau de investimento até 2026 reflete um cenário de otimismo cauteloso. Com reformas estruturais em andamento e um compromisso com a disciplina fiscal, o Brasil busca reconquistar a confiança dos investidores e criar as condições necessárias para um crescimento econômico sustentável. Os próximos anos serão decisivos para determinar se o país conseguirá alcançar esse objetivo e consolidar sua posição como uma economia emergente de destaque no cenário global.